Na primeira noite,
eles se aproximam e roubam uma flor do nosso jardim:
não dizemos nada.
Na segunda,
já não se escondem.
Pisam as flores,
matam o nosso cão
e não dizemos nada.
Até que um dia
o mais frágil deles entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz e,
conhecendo o nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.
(Bertolt Brecht)
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